Do jornalista Alon Feuerwerker
Sou, francamente, tomado pelo tédio diante das notícias sobre o quiprocó orçamentário decorrente da perda da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). E sobre a brava luta da oposição contra o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos. Um detalhe porém chama a atenção. Fazia tempo que políticos não se sentiam tão à vontade para defender abertamente a intocabilidade dos lucros dos bancos, sem subterfúgios e sem mistificações.
Parabéns à oposição brasileira. Derrubou um imposto razoavelmente justo e que financiava institucionalmente a saúde pública e os programas sociais e agora sai de peito aberto na defesa dos lucros dos bancos. Onde isso vai dar, não sei. Aproveito para lançar um desafio nesse tema dos impostos. Eu quero que os partidários de uma menor carga tributária apontem um único governo do PSDB ou do Democratas durante o qual a arrecadação tenha crescido abaixo da inflação. Ou seja, em que a receita tenha se reduzido em termos reais. Ou então caído como proporção do produto. Pode ser um governo municipal ou estadual -sem falar nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. Mostrem-me um único caso que seja. Não peço necessariamente exemplos em governos muito importantes. Pode ser qualquer lugarejo, qualquer buraco de fim de mundo. Vamos discutir esse assunto em termos práticos. Onde foi que a atual oposição, quando no poder, reduziu a carga tributária? Aliás, aproveitem para me contar qual foi o preço do produto ou serviço que caiu por causa do fim da CPMF. E também estou sendento para saber como mesmo os números da Receita Federal neste começo de 2008 justificam as teses de que o maior dinheiro disponível nas mãos das pessoas geraria uma arrecadação adicional capaz de compensar o fim da CPMF. Teses ao vento. Conversa fiada para não pagar imposto. E para causar dificuldades ao país, na esperança de que isso enfraqueça o governo. Por falar em movimentos de classe média nessa área, tem agora uma turminha do Rio que não quer pagar o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Meus votos sinceros de que o prefeito Cesar Maia (DEM) passe por cima desse pessoal como um rolo compressor. Que os cartazes soviéticos em seu gabinete inspirem-no.
Comentário do blogueiro: Muito boa a análise feita pelo Alon. Parece ser mesmo muito difícil para PSDB e DEM encontrarem um único caso sequer de adesão da tese de redução da carga tributária em suas administrações. Pelo visto, a bandeira empunhada pela oposição é conversa para boi dormir. É pura balela. O que é um sinal de que a própria oposição não acredita em suas bandeiras. Mas querem que o eleitorado entre na sua onda. Se você quiser acreditar que o PSDB e o DEM são a favor da redução do Estado (e da carga tributária por consequência), que acredite. Tem gente diposta a acreditar em duendes, assim como nos políticos. É só não reclamar depois.
Parabéns à oposição brasileira. Derrubou um imposto razoavelmente justo e que financiava institucionalmente a saúde pública e os programas sociais e agora sai de peito aberto na defesa dos lucros dos bancos. Onde isso vai dar, não sei. Aproveito para lançar um desafio nesse tema dos impostos. Eu quero que os partidários de uma menor carga tributária apontem um único governo do PSDB ou do Democratas durante o qual a arrecadação tenha crescido abaixo da inflação. Ou seja, em que a receita tenha se reduzido em termos reais. Ou então caído como proporção do produto. Pode ser um governo municipal ou estadual -sem falar nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. Mostrem-me um único caso que seja. Não peço necessariamente exemplos em governos muito importantes. Pode ser qualquer lugarejo, qualquer buraco de fim de mundo. Vamos discutir esse assunto em termos práticos. Onde foi que a atual oposição, quando no poder, reduziu a carga tributária? Aliás, aproveitem para me contar qual foi o preço do produto ou serviço que caiu por causa do fim da CPMF. E também estou sendento para saber como mesmo os números da Receita Federal neste começo de 2008 justificam as teses de que o maior dinheiro disponível nas mãos das pessoas geraria uma arrecadação adicional capaz de compensar o fim da CPMF. Teses ao vento. Conversa fiada para não pagar imposto. E para causar dificuldades ao país, na esperança de que isso enfraqueça o governo. Por falar em movimentos de classe média nessa área, tem agora uma turminha do Rio que não quer pagar o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Meus votos sinceros de que o prefeito Cesar Maia (DEM) passe por cima desse pessoal como um rolo compressor. Que os cartazes soviéticos em seu gabinete inspirem-no.
Comentário do blogueiro: Muito boa a análise feita pelo Alon. Parece ser mesmo muito difícil para PSDB e DEM encontrarem um único caso sequer de adesão da tese de redução da carga tributária em suas administrações. Pelo visto, a bandeira empunhada pela oposição é conversa para boi dormir. É pura balela. O que é um sinal de que a própria oposição não acredita em suas bandeiras. Mas querem que o eleitorado entre na sua onda. Se você quiser acreditar que o PSDB e o DEM são a favor da redução do Estado (e da carga tributária por consequência), que acredite. Tem gente diposta a acreditar em duendes, assim como nos políticos. É só não reclamar depois.
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