sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Mídia tucana protege Yeda (PSDB) das denúncias do PSOL

A mídia tucana procura relativizar a denúncia do PSOL de uso de caixa de dois e mensalinhos na campanha da governadora Yeda Crusiuis (PSDB), Rio Grande do Sul. A Folha de São Paulo publicou o seguinte título: "Sem provas, Psol acusa Yeda de prática de caixa 2 e desvio de dinheiro". Ou seja, a Folha no título da matéria já tenta transformar o PSOL, partido que acusa, em acusado de apresentar denúncias supostamente vazias ou sem provas. No corpo do texto, o partido da governadora, o PSDB, aparece apenas uma vez. A verdade é que a sede do PSDB deveria mudar de vez para o prédio da Folha de São Paulo, pois esse jornal não apenas faz campanha velada por José Serra, mas transformou-se num Quartel General do PSDB. Até mesmo uma denúncia do desgoverno tucano do Rio Grande do Sul tem a proteção editorial do jornal. Um caso clássico de jornalismo partidário ou de interesses.

Na mesma linha, a Agência Estado, do Estadão, faz o mesmo jornalismo picareta. Sob o título “PSOL acusa Yeda de distribuir mensalinhos”, a matéria não traz sequer uma menção ao partido da governadora, o PSDB. É o silêncio da mídia tucana, assim como ocorreu com a cassação do governador tucano Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) por compra de votos e caixa dois. Segue a matéria da Agência Estado.

PSOL acusa Yeda de distribuir 'mensalinhos'

Da Agência Estado

A cúpula do PSOL no Rio Grande do Sul acusou a governadora Yeda Crusius e diversos de seus colaboradores de terem participado ou tomado conhecimento de arrecadação de fundos não declarados para a campanha eleitoral de 2006, uso de recursos paralelos e superiores aos informados num contrato de aquisição de um imóvel e distribuição de "mensalinhos" para várias pessoas feita por uma secretária do Palácio Piratini.

Em entrevista coletiva na sede estadual do partido, em Porto Alegre, o presidente regional da sigla, Roberto Robaina, a deputada federal Luciana Genro e o vereador e advogado do partido Pedro Ruas disseram que formaram convicção a partir de documentos como áudios, vídeos e transcrição de depoimentos que integram o processo contra os réus da Operação Rodin, em tramitação na Justiça Federal de Santa Maria. Eles informaram que pessoas do partido viram as peças, mas admitiram não ter cópias delas em mãos e não apresentaram provas à imprensa. Fontes do Ministério Público e da Justiça Federal negaram a existência dos documentos.

Segundo a denúncia, há áudios e vídeos mostrando representantes de empresas de engenharia, construção civil e fumageiras entregando R$ 1 milhão de contribuições à campanha de 2006, sem registros, a pessoas próximas à governadora, entre as quais o empresário Lair Ferst e o ex-secretário da Fazenda Aod Cunha. Outra gravação mostraria o deputado federal José Otávio Germano doando R$ 400 mil e afirmando que ficaria com "crédito político".

Também estariam nos autos peças eletrônicas exibindo a formatação da operação da compra da casa da governadora, feita no final de 2006, com a entrega de R$ 400 mil "por fora" do contrato tornado público, de Ferst para um corretor de imóveis, e pagamentos de contas particulares, inclusive de Yeda, por agências de publicidade.

O procurador da República Adriano Raldi, integrante da Força-Tarefa do Ministério Público Federal, que acompanha o desdobramento da Operação Rodin, negou, por sua assessoria de imprensa, que o PSOL tenha tido acesso aos documentos e que os depoimentos, áudios e vídeos citados na entrevista façam parte do processo. Também afirmou que não houve acordo de delação premiada com Ferst.

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