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No começo da campanha eleitoral, Pimentel foi escalado para ser um coordenadores da campanha presidencial do PT, onde ele atuaria como uma espécie de porta-voz de Dilma. Uma série de erros cometidos, desde então, diminuíram a sua influência, com possíveis consequencias no papel que ele poderá vir a exercer em um governo Dilma. O primeiro foi o envolvimento na trapalhada da montagem de um “setor de inteligência” da campanha de Dilma, com o objetivo de montar dossiês contra os adversários e fazer contra-espionagem. Pimentel foi o responsável pela indicação do jornalista Luiz Lanzetta, que estava à frente das negociações com um grupo de arapongas para a criação do tal “setor de inteligência”, desmontado depois de descoberto.
O segundo erro de Pimentel foi insistir, até o último momento, na sua candidatura ao governo de Minas Gerais, apostando que a aliança do PT com o PMDB em torno da candidatura do ex-ministro Hélio Costa não iria adiante. Pimentel esticou a corda e acabou irritando o presidente Lula, grande avalista da coligação dos dois partidos. Ao dar prioridade a Minas Gerais, Pimentel perdeu espaço também para o ex-ministro e deputado Antonio Palocci, que virou o principal interlocutor de Dilma na coordenação de campanha.
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Ao se lançar candidato ao Senado, Pimentel estava esperando, talvez, um gesto de retribuição de Aécio – como um acordo branco que facilitasse a sua eleição para uma das duas vagas em disputa. O gesto não veio. Além de se lançar na disputa, Aécio patrocinou também a candidatura ao Senado do ex-presidente Itamar Franco, pelo PPS. Esta semana, uma pesquisa do Ibope mostrou que Pimentel dificilmente conseguirá se eleger senador. A pouco mais de um mês das eleições, a pesquisa dá a Aécio 69% das intenções de voto, a Itamar 43%, e a Pimentel 19%.
Uma derrota na eleição para o Senado poderá minar a influência de Pimentel em um governo de Dilma, a despeito da amizade que os une. Eleito senador, Pimentel poderia mais facilmente assumir um ministério de primeira linha. Derrotado, sua nomeação será vista como uma compensação política, e o mais provável será um cargo de escalão médio.
Em Minas, diz-se que Aécio não quis facilitar a eleição de Pimentel por temer o fortalecimento de um possível adversário no futuro. No PT, os adversários internos de Pimentel se regozijam com as suas dificuldades. Nos bastidores, o ex-prefeito reclama de um certo abandono pela campanha nacional e da atitude de Aécio. Nas avaliações feitas por Pimentel, se Aécio tivesse facilitado sua eleição, a vida do candidato do PSDB ao governo de Minas, Antonio Anastasia, que disputa a reeleição, também poderia estar mais fácil, porque haveria retribuição por parte de seus seguidores.
Segundo a última pesquisa Ibope, embora tenha encurtado a distância em relação a Hélio Costa, Anastasia ainda aparece 11 pontos atrás do oponente.Na semana passada, em Brasília, um jantar organizado pelo deputado Fábio Ramalho (PV-MG) tentou articular uma manobra capaz, em tese, de facilitar tanto a vida de Pimentel quanto a Anastasia: a transformação de Itamar em candidato a vice-governador na chapa de Anastasia, com a sua retirada do páreo do Senado. Pareceu, a essa altura do campeonato, uma tentativa um tanto desesperada de remendar os cacos da relação “Pimentécio” para que ela não termine nas urnas como um abraço de afogados.
Um comentário:
Muito ingenuidade da parte dele esperar a troca de ajuda pelo Aécio, em tucano não se confia!
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